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terça-feira, 23 de setembro de 2008

1º ENCONTRO CULTURAL COM OS CANDIDATOS À PREFEITURA DE SETE LAGOAS


Primeiro Encontro Cultural com os Candidatos à Prefeitura de Sete Lagoas.

Os setores culturais de Sete Lagoas sofreram décadas com a falta de sensibilidade e a omissão de governos que se sucederam.Isto se deve em parte a miopia e imediatismo destes governos e, por outro lado, do conformismo dos próprios setores de cultura.Esta geração de artistas e pessoas ligadas à cultura, convivendo com a total falta de compromisso dos poderes constituídos, deparou-se garimpando em searas estéreis e lutando em trincheiras solitárias.As tentativas anteriores de mobilizar as classes culturais em projetos de peso e interesse coletivo frustraram-se diante destas crenças negativas e consolidadas de que “nada se podia fazer a respeito e que qualquer esforço seria em vão”.
Vimos, então, pessoas que se enchiam de brios pela cultura da cidade, se amuando aos primeiros desafios e buscando outras praças culturais, supostamente mais evoluídas.Assim como reconhecemos nestas pessoas seus talentos e dons artísticos, também lhes concedemos o mérito da razão, ao criticar as “políticas culturais” da cidade e até mesmo debandarem-se para outras regiões.Não fosse assim, não chegaríamos nunca ao consenso de que, contra uma doença crônica só restaria tratamento de choque e que, para se vencer as forças inerciais consolidadas através de tempos de lutas infrutíferas, seria necessário se buscar algo novo, nunca feito antes na cidade.E foi na ansiedade destas pessoas inconformadas com um quadro cultural inerte e com a possibilidade de gestão compartilhada, formulada pela diretora do Centro Cultural Nhô Quim Drummond; Sra. Vanessa Coutinho, ao artista plástico e publicitário, Demétrius Cotta (referente a política de ocupação do 2º piso do Casarão) é que estamos presenciando o desenvolvimento de uma articulação pública em torno dos reais anseios da população cultural da cidade.
Sob a inspiração deste movimento de artistas e gestores, e com apoio da Rede aan!, disparou-se o movimento Tático Cultural, como uma estratégia de cultura pro-ativa a favor da comunidade.
O Tático Cultural nasceu com uma proposta ousada - unir a descrente classe artística em busca do salto de qualidade que Sete Lagoas demanda. Paralelamente a este movimento, vinha fermentando no seio do Conselho de Cultura esta necessidade de se buscar para a cidade novos modelos de políticas culturais. Este anseio foi observado a partir de sua direção e de alguns poucos conselheiros.
O Conselho de Cultura tem o cacoete da inércia pelos anos à que foi submetido e rendido pelas leis draconianas da legislação municipal.Refiro-me a uma legislação ultrapassada que não resolve a equação da eficiência em favor do bem comum, e acaba por converter setores da sociedade organizada em compartimentos fechados, de domínios, vaidades pessoais e omissões. Isto tudo foi compensado com sobras pelo comprometimento de sua direção que percebeu, com alguns poucos conselheiros, que a cultura é um bem comum e que Conselho Municipal e vivência cultural são militância.Quando o Tático Cultural e o Conselho de Cultura se aproximaram em torno de uma mesma causa deu no que deu. Um marco histórico em nossa cultura e o que parecia em principio impossível, aconteceu.
Oportunamente, o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural veio reforçar esta união.
O Primeiro Encontro Cultural com os candidatos à prefeito de Sete Lagoas teve este mérito de questionar políticos experiente e novos sobre este débito da política para com nossos setores culturais e artísticos.Não é intenção deste artigo analisar os desempenhos dos candidatos neste encontro ou sua presença e falta, isto é tarefa para os analistas políticos e para a vontade soberana do eleitor no dia da votação.
Antes, sugerimos aqui uma reflexão sobre as nossas “políticas culturais” e sobre este divisor de águas que este encontro pode promover na cidade.O sentimento que melhor descrevia o meu estado de espírito ao sair do evento foi orgulho de estar entre os Sete-Lagoanos de coração, que se propõe a lutar pela nossa cultura com os pés no presente e a visão de futuro.Acreditamos também que no andar da carruagem mais valores humanos devem se somar ao movimento espontâneo desta digna luta.
O evento teve também o mérito de extrair de todos os candidatos, sem exceção, a promessa de que o próximo secretário de cultura deve sair do seio do setor e com participação do Conselho Municipal de Cultura.
Devemos cobrar esta promessa e tirar Sete Lagoas de vez desta posição vexatória que ocupa no ranking da cultura estadual e nacional. Sete Lagoas tem potencial e talento para se impor e precisa apenas de apoio dos governos e de gestões culturais competentes para que seja feita esta ligação direta entre arte e capital.
Temos o dever, direito e a força para projetar a cidade definitivamente como pólo cultural e turístico na busca pelo nosso desenvolvimento sustentável, ecológico e humano. Uma cidade cada vez melhor para se morar e viver.Um oásis cultural na ante-sala do sertão mineiro.
João Drummond

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