Teoria e Ação; são Táticas!

Teoria e Ação
(O Tático Cultural)

O que vem primeiro: a teoria ou a ação? Esta pergunta parece em principio uma daquelas questões paradoxais que fazemos em tom de brincadeira e cuja resposta não é alcançada pela lógica ou razão: O que vem primeiro: o ovo ou a galinha?
Quando, no entanto, nos debruçamos sobre a questão da teoria e da ação de forma mais atenta verificamos que é mais fácil a compreensão.
Teoria e ação se complementam no nosso cotidiano para que nossos objetivos sejam alcançados da melhor forma possível. Uma segue a outra e podemos afirmar que teoria sem ação é pura especulação e ação sem teoria é insensatez.

Ao individuo que pensa muito se não age se rotula de teórico e ao que age sem pensar, de afoito.
Nos primórdios da humanidade um ser humanóide que contava ainda com um cérebro primário, agia sob as leis da selva com o objetivo de sobreviver em ambiente inóspito. À medida que seu cérebro evoluía conseguia gravar num córtex subdesenvolvido, ações bem sucedidas formando com isto uma base teórica para a próxima ação. Ou seja, aquilo que dava certo era repetido e o que dava errado descartado.

Aplicando-se ao setor cultural esta breve reflexão observamos que a teoria prevalece diante da ação. Todos têm idéias e teses que entrecortam os espaços de comunicação com vieses os mais variados e se chocam nos campos de batalhas ideológicos.
Poucas destas idéias são colocados no plano factual e as que o são e não produzem resultados imediatos, descartadas sumariamente como idéias ruins.
Se a estufa das idéias é gigantesco a das ações é microscópica e os resultados obviamente pífios.
Há aquela frase de um comandante chinês: “A montanha rugiu com estrondo e pariu um rato”, para se explicar estardalhaços de propagandas que redundam em nada
Muitas vezes as ações que não produzem resultados imediatos são vitimadas pela impaciência de mentes afoitas sem que a chance de maturação lhe seja oferecida.

O Tático Cultural foi engendrado pelo artista plástico Demétrius Cotta em resposta a este vicio cultural, para produzir ações continuadas que rompam de vez o gelo que encobre como um iceberg os sonhos e objetivos de uma comunidade.

Sete Lagoas tem muitos artistas talentosos e muitos agentes culturais competentes, que colocaram seus sonhos em compartimentos herméticos para ser, quem sabe, dispostos à serviço de um futuro incerto e não sabido.

Disse Amir Clink, em sua sabedoria de navegante solitário: “Tem hora que temos parar de sonhar e partir”.
Parar de sonhar não é matar nossos sonhos, mas tira-los da prancheta da imaginação e colocá-los no terreno da realidade.
Desta forma o Tático tem conseguido plantar em terreno propicio os alicerces de sua obra. Saindo do plano das intenções para o campo do factual e se arriscando sem medo de errar em seu sonho ousado: tornar Sete Lagoas num pólo cultural e artístico, com o apoio de todos aqueles que a tem no coração e na mente.

Este é o sonho:

... uma cidade que cresce na mesma proporção tanto na economia quanto na cultura, tanto na produção industrial quanto nas artes.

Uma cidade feita pelo cidadão para o cidadão, com seus valores humanos balizando o desenvolvimento econômico. Uma cidade cujo coração pulsa amorosamente e vigorosamente por cada uma de seus filhos, (legítimos ou adotados).

João Drummond